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rangem tábuas no soalho.
O processo da litografia conjuga vários
procedimentos e intermediações, o desenvolvimento da imagem é realizado ao
longo de múltiplos estados, susceptíveis de serem registados e
instrumentalizados.
O registo do percurso da imagem é efectuado
sobre o suporte; permite fazer e refazer, permite voltar atrás e avançar,
permite repetir e variar.
O trabalho criativo é psicologicamente
diferente.
Sempre que imprimo uma matriz, o resultado
é inesperado, algo de estranho se passa. Mesmo depois de inúmeras experiências
e matrizes, sempre que imprimo uma imagem existe um confronto inicial que
despoleta uma sensação de estranheza, de surpresa.
A matriz é um ponto de chegada e de
partida; é a partir da sua realização que parto noutro sentido, para a sua
deterioração para o seu apagar, para a sua manipulação e concretização física. Provoca
uma alteração de postura, de comportamento, de experiência individual e que se
manifesta através de factores físicos e imagem produzida.
É nestas possibilidades do múltiplo que
enquadro a minha prática artística; o plano de composição é convertido num
campo de experimentação, em que as várias unidades matrizes vão
constituindo a imagem final.
As imagens que se apresentam nesta
exposição são constituídas pelas várias provas de estado e que fazem parte da obra final. Nesta
particularidade, encontrei algumas soluções plásticas e estéticas para a
concretização do projecto. As imagens são realizadas através da apresentação
dos vários estados da matriz, não da sua construção, mas no seu
desaparecimento, no seu apagar.
Joana Paradinha
Joana Paradinha, s/título, 2011, litografia, cada peça 10x10 cm
Joana Paradinha, s/título, 2011, litografia, cada peça 10x10 cm
Joana Paradinha, s/título, 2011, litografia, cada peça 10x10 cm
Joana Paradinha, s/título, 2011, litografia, cada peça 10x10 cm
Joana Paradinha, s/título,
2011, litografia, cada peça 15x15 cm
Joana Paradinha, s/título,
2011, litografia, cada peça 15x15 cm
Joana Paradinha, s/título,
2011, litografia, cada peça 15x15 cm